10 de novembro de 2020

Crise

Eu descreveria uma crise de ansiedade como um afogamento. Não tem nada de errado acontecendo, mas inúmeros pensamentos passam pela minha cabeça e eu me sinto sufocada. 
Eu tento me distrair ou até mesmo encarar, eu finjo que nada está acontecendo ou choro como se minha vida dependesse disso ... É um buraco no peito, que parece que vai me consumir, e de fato está consumindo o brilho no meu olhar. Eu me olho no espelho e mesmo nos dias bons eu não consigo me reconhecer.

Quando tenho crise de compulsão alimentar eu consigo identificar o gatilho e pensar em milhões de motivos para eu não me afogar na comida, mas eu simplesmente não tenho forças para agir. Quando eu começo a comer é como se minha vida dependesse daquilo. Como se só o alimento pudesse me preencher, me entender, me consolar e cuidar de mim. Eu queria tanto que a dor passasse.
 
Meu consciente sabe de muita coisa que eu deveria estar fazendo diferente, mas eu estou deixando meu inconsciente me dominar. Estou no automático na maioria das vezes. Estou irritada o tempo todo. Eu permito que pessoas que não suporto mais estejam em minha vida. Eu permito que o mundo irreal de filmes e livros sejam minha zona de conforto, porque eles não podem me decepcionar. O fato de eu estar tendo problemas em lidar comigo, me fazem ter problemas em me aproximar e permitir que se aproximem de mim. Não quero arrastar ninguém para minha tempestade. Não seria justo da minha parte.

Como ser capaz de encontrar uma luz no fim do túnel se não faço questão nem de procurar a saída ou de abrir os olhos para ver a luz? Eu queria ser mais forte do que isso, mas o que me traria de bom? Uma pequena parte de mim quer lutar, mas a verdade é que eu já desisti.

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