"O tempo que fico na cama é suficiente para me fazer lembrar a sensação do seu toque em meu corpo, o gosto do seu beijo e a forma como o seu olhar podia ver tudo dentro em mim. O seu sorriso ainda é tudo o que eu preciso para estar bem, mas, infelizmente, estas coisas não estão mais ao meu alcance.
Tudo o que restou são lembranças de todas às vezes que você me tocou, de todas as vezes que você sorriu e me fez feliz por alguns segundos. Hoje vivo tão angustiada, quase sem respirar, esperando ansiosamente pela volta de alguém que não me quer mais. Por vezes, me perguntei se isso que eu sentia por você era de fato amor. E, sim, é amor, eu confesso. Mas eu te juro que queria entender, de qualquer jeito, que tipo de sentimento é esse que arrancou o sol do meu mundo e me fez ser uma prisioneira sua. Que tipo de amor é esse que me deixou sem chão e totalmente dependente de você? Que amor é esse que atormentou a minha consciência me fazendo questionar tudo por dentro? Sua partida tão de repente fez com que minhas noites nunca mais tivessem estrelas. Hoje, vivo em um breu eterno. Sou apenas saudades. Apenas um vazio do que você deixou de preencher aqui dentro. E eu deveria crescer. Sim, crescer. Ou talvez, retornar ao que eu era antes de você, mas me faltam forças. Minha cabeça não consegue organizar as ideias porque até mesmo um ato involuntário do meu corpo, como quando eu respiro, me faz lembrar você. É incrível saber que você não se importa. Se bem que isso me faz ter inveja, pois eu gostaria de olhar em seus olhos e, ainda assim, sentir paz. E eu me pergunto: como que esses mesmos olhos conseguem me olhar e não mais me desejar? Se dentro de mim tudo ainda deseja você como se fosse a primeira vez. E eu sei que já devia estar acostumada com a sua ausência, entender de vez que você se foi e que já não existe essa coisa de “nós”. Entretanto, eu ainda estou me acostumando a me acostumar com isso. Estou me acostumando com essa nova fase e nem tudo tem sido tão fácil. E, por favor, não me cobre muito. Afinal, você me prometeu o pra sempre."
Texto de autoria de Vanessa Pérola.
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